Estrabismo é um distúrbio que afeta o paralelismo entre os dois olhos, que apontam para direções diferentes. Existem vários tipos de estrabismo, como a esotropia ou desvio convergente (desvio dos olhos para dentro), a exotropia ou desvio divergente (desvio dos olhos para fora) e os desvios verticais (um olho fica mais alto ou mais baixo do que o outro).
Esses desvios oculares podem ser constantes e ocorrer sempre no mesmo olho (monoculares) ou manifestar-se ora num, ora no outro olho (alternantes). Podem, ainda, ser intermitentes (surgem só de vez em quando) ou latentes, quando a perda do alinhamento só fica visível sob certas condições, o que ocorre nas fotografias, por exemplo.
Para maioria dos pacientes estrábicos é assintomática. Normalmente é observado apenas o desvio do alinhamento dos olhos. Em pacientes adultos geralmente é observada a queixa de visão dupla.
O estrabismo pode surgir nos primeiros meses de vida, nas crianças maiores e nos adultos por diferentes razões. A existência de uma história familiar de estrabismo é em grande medida determinante, porque o fator genético é amplamente demonstrado. Problemas de visão como a hipermetropia também podem causar estrabismo, além de causas mecânicas que também podem ser responsáveis pelo estrabismo, quando os músculos do olho são limitados em seus movimentos.
Importante destacar, que até os três meses de idade, a falta de controle do movimento dos olhos não caracteriza a alteração.
Para um diagnóstico de estrabismo, deve visitar um oftalmologista que realizará uma série de testes para verificar a saúde dos seus olhos, incluindo:
teste de reflexo de luz pela córnea, para verificar se há desvio dos olhos
teste de acuidade visual para determinar o quão bem consegue ler à distância
teste de “cobre/descobre”para medir o desvio e o movimento dos olhos
exame da retina para examinar o fundo dos seus olhos
O diagnóstico precoce é importante para prevenir a perda de visão. Em crianças pequenas, é melhor fazer um exame do olho antes dos 3 anos de idade. Se aparecerem outros sintomas físicos junto com os olhos cruzados, o seu médico pode fazer exame neurológico de forma a despistar outras condições, como a paralisia cerebral ou a síndrome de Guillain-Barre.
O tratamento do estrabismo começa pela correção das causas que provocaram o distúrbio. Quanto antes for instituído, melhores e mais rápidos serão os resultados. As medidas terapêuticas têm por objetivo principal corrigir os problemas visuais e incluem aplicação de colírios, uso de óculos, exercícios ortóticos para o fortalecimento dos músculos, tamponamento do olho com visão normal para estimular o outro com deficiência – especialmente nos casos de ampliopia, conhecidos popularmente como olho preguiçoso.
A cirurgia de estrabismo só é recomendada quando o desvio se mantém depois de corrigido o distúrbio que comprometia a visão. O tamanho do desvio é que determina se os músculos de apenas um ou dos dois olhos devem ser operados.